Você investe seu capital ou coloca na poupança?
Para aqueles que pensam que a poupança é um investimento, por mais conservador que seja, digo que provavelmente estão enganados. O próprio nome já o diz: poupança. Trata-se de um instrumento financeiro para quem não quer perder dinheiro, para quem deseja literalmente poupar. Ganho, rendimento e valorização são termos que não fazem parte do dicionário da poupança.
Ao consultar uma instituição financeira a respeito da poupança, será comum encontrarmos ofertas que prometem rentabilidade de 0,6% ao mês. O que dificilmente alguém explica é que essa rentabilidade é apenas nominal, ou seja, não calcula o impacto da inflação, visto que seu dinheiro fica paralisado e sofre impacto sim da inflação.
No Brasil, mês a mês a captação líquida da poupança vem crescendo, algo que surpreende e mostra como o povo brasileiro desconhece o mercado financeiro e os produtos que pode usufruir para obter melhores retornos.
Um estudo feito pela consultoria Economática mostrou que a mais popular aplicação do país, a caderneta de poupança, teve rendimento nominal de 6,9% ao longo de 2010, o pior desde 1967. Isso significa que quem aplicou R$ 1.000,00 no início do ano, poderá sacar agora R$ 1.069,00. Pouco não?
Considerando o ganho real e não o nominal, após descontarmos a inflação, a caderneta de poupança teve rendimento de 1,57% em 2010, ou seja, dos seus ricos R$ 1.000,00 aplicados você poderia sacar somente R$ 1.015,70. Resumindo, quem optou por “poupar” R$ 1.000,00 no início do ano, teve a grande honra de mal pagar por um almoço depois desse tempo todo.
Para piorar, alguns anos a poupança apresentou rentabilidade real negativa, ou seja, se você aplicou R$ 1.000,00 em 2002, por exemplo, ao final do mesmo ano você teve de arcar com um prejuízo de R$ 20,90, graças à alta inflação naquele ano. Mas pouca gente percebeu isso, já que o rendimento nominal naquele ano foi de 9,27%. Isso mostra como a poupança engana os poupadores.
Com base em poucos argumentos já podemos concluir que a poupança nada mais é que encher os bolsos de alguém, nesse caso, os bancos e as instituições financeiras. Essas sim sabem como aplicar seu capital em produtos e instrumentos mais rentáveis.
O que fazer então?
Muito simples. Existe uma gama imensa de instrumentos e produtos de investimento.
Entre os mais conservadores podemos dar destaque, dentro da renda fixa, para o Tesouro Direto. O governo brasileiro vende títulos públicos e remunera quem os adquire. Por que não tirar proveito legal de algo que todos reclamam?
A remuneração mais simples que existe nessa modalidade de investimento paga cerca de 11% ao ano atualmente, ou o valor equivalente à taxa básica de juros, a SELIC. Os riscos são mínimos e a rentabilidade é muito maior que da poupança.
Na outra ponta temos o mercado financeiro, a Bolsa de Valores. Enquanto algumas manchetes apontam a BOVESPA com valorização praticamente nula neste ano, o que não deixa de ser verdade, as entrelinhas mostram várias empresas sólidas trazendo rentabilidades excelentes e com risco controlado.
Empresas com excelentes fundamentos e com seu nicho de mercado aquecido mostraram bons resultados e agradaram os investidores este ano. Apenas como exemplo cito aqui a Vale do Rio Doce com 17,22% (Minério), a Lojas Renner (Varejo) com 44,31%, a Ambev (Consumo) com 50,32% e a Participações Triunfo (Infra-estrutura) com 78,74% de valorização.
Basta analisar com calma e conhecimento para saber onde aplicar seu capital. As ferramentas estão disponíveis, desde as mais conservadoras até as mais arrojadas, basta escolher a que melhor se enquadra em seu perfil e seguir em frente.
Mas se tem uma coisa que é notória é que a poupança definitivamente não é um investimento.
Atenciosamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário