quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ouro - mais barato do que você pensa

É muito raro ouvir falar de alguém que investe em ouro, até porque essa modalidade de investimento não é muito comum no Brasil. Por se tratar de um metal precioso, de alto valor financeiro, investimentos em ouro soam como algo distante à maioria das pessoas, o que não é verdade. Veremos aqui que se trata de um investimento bem acessível, mais até do que a maior parte das pessoas acredita e isso pode ser um ótimo negócio.

Em tempos de crise mundial, como vimos em 2008 e estamos sentindo ainda este ano, o ouro costuma aparecer nas manchetes como sendo uma aplicação segura e que pode trazer bons resultados em meio às turbulências do mercado. Isso não ocorre simplesmente pelo fato de ser um metal precioso. Quando as economias mundiais começam a apresentar problemas e os sinais de uma crise começam a ficar mais claros, os grandes investidores costumam migrar seus investimentos das aplicações de maior risco, como ações, para aplicações mais seguras, como commodities, dentre elas o ouro. Por isso é comum a valorização das commodities em tempos de crise.

Além disso, o ouro é a base da referência de valor financeiro no mundo, ou seja, se as moedas dos países se desvalorizassem em uma situação hipotética, e o dinheiro em circulação não valesse mais nada, as únicas coisas que teriam valor seriam as commodities, como petróleo, ouro, prata, etc.; e quando falamos de commodities, o ouro é a que possui maior valor financeiro.

Enfim, investir em ouro, além dessa questão toda da estabilidade e da sensação de segurança, pode se traduzir em bons retornos também, mas o ideal é nunca pensar no curto prazo. No momento atual, onde a Crise Européia e problemas na economia mundial assolam o mercado financeiro, o ouro tem se valorizado de forma consistente e muitos analistas apostam que esse ritmo deve continuar.

A cotação do ouro pode disparar até 600% nos próximos anos se a economia mundial entrar em colapso, afirmou hoje Paul Brodsky, gestor de investimentos da QB Asset Management, em uma conferência em Nova York. Atualmente negociado pouco abaixo de 1.700 dólares a onça (medida equivalente a 28,35 gramas) no mercado internacional, o metal poderia chega a nada menos do que 10.000 dólares.

Claro que essa previsão soa um tanto quanto exagerada, porém segundo Brodsky, os países desenvolvidos têm tomado medidas para desvalorizar suas moedas como forma de reativar as próprias economias. A China já mantém uma política de câmbio praticamente fixo e desvalorizado há vários anos. Com a fraqueza do dólar, o lastro para o valor da moeda de cada país não poderia ser dado pelo dinheiro americano. Restaria aos países, portanto, acumular reservas em ouro para garantir o valor da moeda local.

O ouro já subiu 18% neste ano e chegou a 1.676,60 dólares a onça nos Estados Unidos. Trata-se do 11º ano seguido de valorização do metal. A maioria dos especialistas alerta que já pode ser tarde demais para investir em ouro porque os preços estão 800% acima das cotações de 2000. Quem mesmo assim estiver disposto a comprar o metal pode no Brasil fazer isso de cinco maneiras:

- Contratos negociados na Bolsa (BM&F);
- Comprar barras de ouro no mercado de balcão (entrega física);
- Aplicar em Fundos de capital protegido;
- Comprar jóias;
- Comprar ouro no mercado informal.

A meu ver, a melhor forma de se investir em ouro no Brasil atualmente é através da Bolsa, a BM&FBOVESPA, comprando contratos de ouro disponível, ou seja, certificados com lastro em ouro físico, basicamente ouro fino, sob forma de lingote, fundido por empresa refinadora e custodiado em instituição depositária, ambas credenciadas pela BM&F.

Caso você deseje, pode retirar esse ouro da instituição custodiante, porém a não ser que você realmente faça muita questão, não é algo recomendável. Ao retirar da instituição depositária o ouro perde seu lacre e deixa de ser um ativo financeiro, passando a ser negociado como uma commodity, um metal, no caso ouro físico. Para o ouro novamente retornar a ser ativo financeiro é necessário voltar à ponta do ciclo, ou seja, à fundidora, e o investidor deve arcar com todo o custo de refino, fundição e certificação.

Porém, falando de valores, o que pouca gente sabe, é que o ouro negociado em Bolsa possui o lote padrão de 250 gramas, que equivale atualmente a cerca de R$ 23 mil. O que muita pouca gente sabe ainda é que existem lotes fracionários, onde você pode negociar lotes de 10 gramas e até de 0,225 gramas, que equivalem atualmente a cerca de R$ 930,00 e R$ 21,00 respectivamente. O único ponto a ser observado é que esses lotes fracionários não podem ser retirados em barras de ouro. Caso você deseje isso é necessário possuir ao menos 250 gramas de ouro.

Portanto, o ouro é sim um investimento acessível, e se feito de forma planejada, pode trazer bons retornos além de garantir uma certa tranquilidade, até porque por mais que a cotação do ouro caia, em determinado momento sua tendência caminhará para a alta.