
"Grécia cumpre condições para próxima parcela de resgate, diz UE". Essa foi uma das principais manchetes vistas nos jornais de economia hoje pela manhã.
Há poucos meses atrás, a Grécia era o estopim de uma crise na Europa que, entre outros países, estava um défitic primário muito elevado, bem acima do limite tolerado e considerado seguro pelos países do bloco do Euro. Isso acabou colocando toda a economia desses países em risco de calote, ou seja, de os governos não conseguirem honrarem suas dívidas, minando assim, a confiança dos investidores no bloco e depreciando fortemente a moeda local, o Euro.
Passado terror das notícias, as manifestações públicas diante das medidas do governo para contornar a crise, o pacote recebido do BCE (Banco Central Europeu) e após o considerável sucesso em algumas emissões de títulos públicos para captação de reservas, a Grécia hoje recebeu uma boa notícia de seus vizinhos do bloco.
A União Européia recomendou a aprovação de mais € 9 bilhões em novos empréstimos, chamando os esforços do governo para reduzir os gastos e consequentemente a dívida de impressionantes. Deste total, praticamente 70% virá de países da Zona do Euro, enquanto os outros 30% restantes partirão do FMI (Fundo Monetário Internacional).
"A Grécia conseguiu uma consolidação do orçamento público no primeiro semestre impressionante e tem conseguido avançar rapidamente com as reformas estruturais necessárias", disse o Assuntos Econômicos e Monetários da União Européia Olli Rehn.
Rehn comentou ainda que o déficit do país baixou mais rápido que o esperado. As despesas públicas foram reduzidas em 17% em relação ao primeiro semestre de 2009.
Rehn advertiu ainda que "apesar dos progressos significativos, os desafios e os riscos ainda permanecem. O principal desafio imediato ainda é o de garantir a liquidez adequada e a estabilidade financeira do setor bancário do país".
Resta agora esperar que esse progresso inicial prossiga de maneira adequada, também não se pode atropelar cada etapa do processo e colocar em risco todo esse trabalho de recuperação.
Isso traz um certo ar puro para a economia do bloco começar a respirar com mais fôlego, já que a Grécia é um dos pivôs centrais dessa crise. Mas, vale a pena deixar claro que não depende somente dela, é preciso que outros países façam sua parte também.
Para aqueles que imaginaram que a vida em bloco seria mil maravilhas está aí a prova de que não é bem assim, sempre haverá algum "irmão" com problemas e se a "família" não ajudar, todos correm o risco de acabar na sarjeta.
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