quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Grécia faz a lição de casa


"Grécia cumpre condições para próxima parcela de resgate, diz UE". Essa foi uma das principais manchetes vistas nos jornais de economia hoje pela manhã.

Há poucos meses atrás, a Grécia era o estopim de uma crise na Europa que, entre outros países, estava um défitic primário muito elevado, bem acima do limite tolerado e considerado seguro pelos países do bloco do Euro. Isso acabou colocando toda a economia desses países em risco de calote, ou seja, de os governos não conseguirem honrarem suas dívidas, minando assim, a confiança dos investidores no bloco e depreciando fortemente a moeda local, o Euro.

Passado terror das notícias, as manifestações públicas diante das medidas do governo para contornar a crise, o pacote recebido do BCE (Banco Central Europeu) e após o considerável sucesso em algumas emissões de títulos públicos para captação de reservas, a Grécia hoje recebeu uma boa notícia de seus vizinhos do bloco.

A União Européia recomendou a aprovação de mais € 9 bilhões em novos empréstimos, chamando os esforços do governo para reduzir os gastos e consequentemente a dívida de impressionantes. Deste total, praticamente 70% virá de países da Zona do Euro, enquanto os outros 30% restantes partirão do FMI (Fundo Monetário Internacional).

"A Grécia conseguiu uma consolidação do orçamento público no primeiro semestre impressionante e tem conseguido avançar rapidamente com as reformas estruturais necessárias", disse o Assuntos Econômicos e Monetários da União Européia Olli Rehn.

Rehn comentou ainda que o déficit do país baixou mais rápido que o esperado. As despesas públicas foram reduzidas em 17% em relação ao primeiro semestre de 2009.

Rehn advertiu ainda que "apesar dos progressos significativos, os desafios e os riscos ainda permanecem. O principal desafio imediato ainda é o de garantir a liquidez adequada e a estabilidade financeira do setor bancário do país".

Resta agora esperar que esse progresso inicial prossiga de maneira adequada, também não se pode atropelar cada etapa do processo e colocar em risco todo esse trabalho de recuperação.

Isso traz um certo ar puro para a economia do bloco começar a respirar com mais fôlego, já que a Grécia é um dos pivôs centrais dessa crise. Mas, vale a pena deixar claro que não depende somente dela, é preciso que outros países façam sua parte também.

Para aqueles que imaginaram que a vida em bloco seria mil maravilhas está aí a prova de que não é bem assim, sempre haverá algum "irmão" com problemas e se a "família" não ajudar, todos correm o risco de acabar na sarjeta.

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