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segunda-feira, 27 de setembro de 2010
Petrobrás: uma gigante sem brilho
Que a Petrobrás é uma empresa gigante ninguém tem dúvidas, porém o grande problema dela tem sido alcançar um lugar de destaque ao olhar dos investidores.
Após esse processo conturbado de capitalização, diga-se de passagem, reestatização, a empresa está com um caixa acumulado de peso. Os recursos que entraram no caixa abrem espaços para que a empresa alavanque a montanha de dinheiro prevista no seu plano de investimentos por pelo menos uns três anos.
Até aí poderíamos dizer que certamente o cenário para o futuro da Petrobrás é de crescimento e só se esperam notícias boas. O grande problema é que essa ótica só é positiva para o acionista majoritário, o Estado. Para os minoritários da Petrobrás, a situação não ficou nada atrativa, já que seu capital foi diluído e seus dividendos foram tecnicamente encolhidos.
A única esperança que resta é acreditar que a Petrobrás irá superar seus maiores desafios e usará esse aporte de capital adequadamente a partir de agora. Dentre os maiores desafios para a Petrobrás, podemos citar o desafio tecnológico e o desafio da gestão da cadeia produtiva do petróleo.
A Petrobras tem capacitação para explorar o pré-sal, mas a empresa tem de superar o desafio de reunir condições para iniciar a exploração no menor tempo possível e a custos compatíveis. Não significa que terá de explorar rápido – essa é uma decisão estratégica -, mas, sim, estar pronta para isso.
No caso da cadeia de produção, a Petrobras tem de reunir condições de gestão para disseminar seus pesados investimentos com o maior conteúdo nacional possível, em tempo hábil e a custos compatíveis. A cadeia de produção de petróleo já responde por quase 10% do PIB brasileiro e só o plano de investimentos da Petrobras, se a taxa nacional de investimento permanecer em 18% do PIB, equivalerá a 15% de tudo o que for investdo, nos próximos anos, no País.
Inicialmente as perspectivas são promissoras, até porque a Petrobrás é a menina dos olhos do Estado brasileiro e se ela der errado, o modelo estadista que aos poucos vem se mostrando também dará errado.
Aos acionistas, resta vê-la brilhar, pois crescer não precisa, já é grande o suficiente. A ordem agora é eficiência.
Atenciosamente.
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