sexta-feira, 16 de setembro de 2011

O Mercado de Commodities no Brasil


No último ano um dos assuntos mais abordados pela mídia ampla foi a alta dos preços da commodities, considerada inclusive a vilã da alta da inflação no Brasil nos últimos meses.

Basicamente o mercado de commodities envolve a cadeia produtiva de cada produto, com todos os seus agentes. Porém o mercado de commodities que eu gostaria de tratar aqui é o Mercado Futuro de Commodities no Brasil.

Se a Bolsa de Valores no Brasil já é algo pouco conhecido, quanto mais o Mercado de Commodities Agropecuárias, negociadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros, a BM&F, braço de Mercados Futuros da bolsa brasileira, a BM&FBovespa.

Esse mercado foi desenvolvido com o intuito de fornecer ferramentas financeiras de proteção de preço para os agentes envolvidos na cadeia produtiva. Por exemplo, um produtor de milho, que está iniciando o plantio da sua lavoura e não sabe o preço que irá receber pela sua produção no momento da colheita, pode se dirigir à Bolsa de Mercadorias e Futuros e efetuar o que chamamos de HEDGE, ou seja, uma proteção de preço, que nesse caso nada mais do que uma venda de um contrato futuro, com data de vencimento próxima ao período em que está programando a colheita da sua lavoura. Dessa forma o produtor tem condições de travar seu preço de venda e garantir que receberá determinado valor pela sua produção de milho.

O que muitos não sabem porém é que esse mercado é aberto para todas as pessoas que tenham interesse em aplicar nos produtos disponibilizados, através da negociação de contratos futuros. No caso da bolsa brasileira, os principais contratos futuros agropecuários negociados são: Café, Milho, Soja, Boi Gordo e Etanol.

Ao contrário do que você pode estar imaginando também não são necessárias elevadas quantidas de dinheiro para fazer o uso desse mercado ou para especular nos preços dos contratos futuros. Para se ter idéia, um contrato futuro de milho exige que você deposite um valor de garantia inicial de aproximadamente R$ 1.000,00 (valor que varia de acordo com a cotação do milho). É claro que temos que ter em mente que esse tipo de operação, quando se está apenas especulando, que não é o caso de um agricultor, um pecuarista ou uma empresa beneficiadora, envolve riscos, justamente por se tratar de um mercado de alta alavancagem. Portanto, para cada contrato de milho o ideal é que se tenha um pouco mais que esses R$ 1.000,00 iniciais, pelo menos o dobro deste valor.

De modo geral, esse tema ainda é totalmente cru para a maioria das pessoas e para fazer-se entender exatamente o funcionamento básico desse mercado necessitaríamos de muito mais tempo para que pudesse explicar todos os detalhes. O intuito aqui é de tomar conhecimento das possibilidades que temos com essa modalidade de investimento que além de tudo é intimamente ligada ao trabalho de muitas pessoas desde a agricultura e a pecuária até a indústria de transformação e o mercado consumidor.

Portanto, quando vemos e ouvimos que a alta das commodities aparentemente é algo nocivo para o nosso bolso, por inflar o preço dos alimentos, vale a pena lembrar que qualquer pessoa pode sim investir nesse mercado e não só se defender dessa alta dos preços, mas também obter bons ganhos com ela.

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