As negociações devem começar em junho deste ano ainda e são uma grande oportunidade para a União Europeia rejuvenescer os laços políticos com os EUA, num momento em que todas as atenções de quem busca crescimento estão voltadas para a Ásia, com seus grandes mercados emergentes e alto potencial de consumo como China, Índia e Indonésia.
Esse acordo pode criar o maior bloco comercial do mundo, já que somando as economias, o PIB das mesmas ultrapassa a casa dos 30 trilhões de dólares.
No entanto quero chamar a atenção aqui para um fato paralelo a essa notícia: onde está o Brasil nisso tudo? Quieto. Acredito que você deve ter pensado justamente isso. Apesar de o governo brasileiro oficialmente falar que está acompanhando a situação não podemos ignorar o fato de que não está fazendo nada de útil e construtivo em relação ao acordo.
Nos últimos o Brasil só se tem se esforçado em manter vivo o Mercosul, que nada mais é do que um acordo que poucos benefícios traz. Possui uma Argentina decadente, uma Venezuela inadimplente, o Paraguai e o Uruguai, que são economias pequenas para fazerem a diferença na Balança Comercial Brasileira.
Um rápido exemplo são as exportações brasileiras de grãos. Hoje a União Europeia é um dos nossos maiores compradores, porém com a abertura do comércio entre UE e EUA, será que os grãos norte-americanos não entrarão com maior facilidade na UE?
Ao invés de buscar se envolver mais com o “Clube dos Ricos”, que apesar de estarem passando por momentos de crise, continuam sendo os grandes da economia mundial; e com os países asiáticos, fica gastando seus poucos esforços em negociações com governos atrasados e que muitas parecem pouco se importar com os interesses alheios.
Como exemplo, em paralelo, Chile, Peru e Colômbia estão desenvolvendo vários acordos comerciais com os países asiáticos e os Estados Unidos, a fim de expandir o comércio no Pacífico e baixar barreiras tarifárias entre os mesmos.
Resumindo, é melhor o nosso Ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, fazer valer mais o seu sobrenome e buscar negócios que realmente interessem ao Brasil e tragam retornos positivos, e não ficar servindo interesses políticos e/ou ideológicos com governos que até hoje aparentam não ter movido dois dedos em prol de um acordo comum de fato, olham apenas para o próprio umbigo.